A mina Braúna e suas instalações ocupam uma área de aproximadamente 110 hectares, o que representa apenas 6% dos 1.875 hectares do processo minerário e cerca de 40% dos 269 hectares das propriedades rurais mantidas pela empresa. Antes da operação da mina em 2015, as terras eram utilizadas principalmente para agricultura e pecuária de subsistência.
Hoje, 135 hectares dos 269 hectares pertencentes à Lipari consistem em vegetação nativa de “caatinga”, incluindo 55 hectares que compõem a Reserva legal de acordo com a licença ambiental do empreendimento, emitida pelas autoridades estaduais. A equipe de meio ambiente trabalha para ampliar o processo de recuperação ambiental com o plantio de espécies nativas da caatinga e atualmente cuida do plantio de mudas numa área de 24 hectares. Cerca de 4.000 mudas, de mais de 30 espécies diferentes, já foram produzidas no viveiro da mina Braúna e utilizadas para plantio nas áreas em recuperação ambiental.
Conservando Nossos Recursos Hídricos
A mina Braúna está localizada no interior da Bahia, área dominada pelo clima semiárido. A precipitação de chuva anual na região é da ordem de 500 milímetros. A água é, portanto, um recurso valioso, e isso exige que todos laborem para sua conservação. Com esse conhecimento, a Lipari trabalhou com o Grupo ADP na África do Sul para projetar um sistema de beneficiamento que reciclasse a água utilizada no processamento do kimberlito. Como resultado, a planta de beneficiamento da mina Braúna reutiliza 98% da água de processo. Isso é feito através do desaguamento do rejeito fino da planta, gerado durante a britagem, peneiramento e concentração do minério; através de uma centrífuga rotativa que gira em alta velocidade separando a parte sólida da líquida (água).
Esta água limpa é então reciclada e enviada de volta ao circuito de processamento. Durante 2021, a planta de beneficiamento consumiu apenas 0,21 m³ de água nova para cada tonelada de minério processado. Além da redução do volume de água captado, outra vantagem importante do sistema é que eliminou a necessidade de barragem de rejeitos. As barragens de rejeitos tradicionais podem se tornar um passivo ambiental de longo prazo para as empresas de mineração e as comunidades em que operam. Especialmente por essas razões, reciclar mais de 98% da água utilizada no beneficiamento do minério é um fato de extremo orgulho. A Lipari é a única produtora de diamantes do mundo a utilizar este inédito sistema de desaguamento de rejeitos. Esta nova tecnologia foi estudada por outros produtores de diamantes, que agora consideram implantá-la em suas operações.
Fontes e Consumo de Energia – Nossa Matriz Energética
As operações da Lipari contam com duas fontes principais de energia. A empresa requer i) energia elétrica para sustentar as instalações da mina, planta de processamento e sede administrativa, e ii) óleo diesel para abastecer os equipamentos de mineração. Aproximadamente 87% da energia elétrica produzida no Brasil é gerada a partir de fontes de energia renováveis, hidrelétricas, eólicas e solares¹. O consumo de energia elétrica representa 24% da matriz energética do empreendimento, enquanto o óleo diesel representa 76% dessa matriz. O consumo de energia elétrica aumentou 10% desde o início da produção comercial em 2016, devido à adição de equipamentos na planta de processamento. Por outro lado, o consumo de diesel diminuiu no mesmo período, de aproximadamente 84% para a taxa atual de consumo de 76%. Essa redução reflete um declínio no volume de estéril extraído desde o início das operações, pois a quantidade de estéril extraído diminui à medida que a profundidade da mina a céu aberto aumenta.
Monitorando nosso Ambiente
A Lipari realiza, desde antes da implantação da mina Braúna, uma série de programas para o monitoramento ambiental do seu entorno, incluindo a qualidade das águas superficiais e subterrâneas, qualidade do ar, níveis de ruído, fauna terrestre e aquática e a flora nativa, com o objetivo de avaliar os impactos de sua operação no ambiente e garantir que os resultados estejam de acordo com as normas definidas pelos órgãos governamentais responsáveis. É muito valoroso constatar que, durante a história do empreendimento, todos os resultados dos estudos estão em consonância com os limites legais.
A recuperação dos diamantes naturais da Lipari a partir do minério de kimberlito também é realizada de forma ecologicamente correta. Ao contrário das minas de ouro ou outros metais, a sua planta de beneficiamento não utiliza nenhum produto químico para processar o minério. Os diamantes naturais são liberados pela britagem e peneiramento do minério, e são classificados por densidade em minerais leves (não diamante) dos minerais pesados (diamante). Isso significa que não há risco de contaminação dos recursos hídricos locais com produtos químicos. Devido ao sistema de recuperação de água de última geração, que recupera 98% da água de processo, é necessário bombear apenas 12 m³ por hora de água para atender às demandas da planta. Essa água nova é bombeada do rio Itapicuru, localizado a apenas 4 quilômetros ao sul da mina. Como resultado da baixa demanda por água, a mina tem um impacto mínimo na disponibilidade de água do rio.
O compromisso da Lipari com a conservação da água e do meio ambiente foi reconhecido pela Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB) em 2018, quando foi recebeu o 12º Prêmio Indústria Bahia Sustentável da FIEB.
¹ Fonte: Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL